Uma história de Educação para além dos bancos de aulas formais, dignificada e alicerçada pela pedagogia do amor.

O Instituto de Educação Portal - IEP, fundado em 01 de dezembro de 2007, com sede e foro na cidade de Pacajus, no Estado do Ceará, sendo uma organização da sociedade civil de interesse público – OSCIP. Surgiu da inquietação e provocação social de três voluntários: Eugênio Figueiredo, Eduardo Figueiredo e Monica Rabelo.

O sonho de fomentar uma escola de educação profissional em Pacajus começa a ganhar escopo quando Eugênio e Eduardo, no início de 2007, decidem contribuir para o desenvolvimento social e econômico de Pacajus, não obstante de regiões circunvizinhas, ofertando cursos gratuitos para adolescentes e jovens, todavia com o desafio de implantar uma educação inovadora, para além do intelecto, mas suplantada pelo trabalho em rede e difusão da liderança servidora, altruísmo, consciência social, ambiental , espiritual , familiar, postulando o exercício da cidadania plena e da construção de uma sociedade fraterna, eticamente responsável, tendo como guia e modelo de gestão os pressupostos das virtudes de Jesus Cristo .

Fui convidada para esse desafio, um marco que mudou totalmente minha forma de pensar o mundo, me fazendo perceber a necessidade de sair de mim e adentrar na realidade de tantos adolescentes e jovens dizimados pela cultura egóica que dilacera sonhos e vidas. Na ocasião, eu fazia parte da gestão de pessoas da empresa Sucos do Brasil e fui convidada para ser a gestora executiva desse projeto. Formamos uma equipe de voluntários que, juntos, começou a pesquisar uma metodologia educacional que fosse além do intelecto e das habilidades técnicas.

Nossa meta era ousada. Nosso sonho era de formar uma geração com empregabilidade, empreendedorismo, criatividade e criticidade, mas que fosse capaz de enxergar-se como parte de um todo interligado, conectado, onde cada um assumiria a corresponsabilidade na construção de um mundo inclusivo, equitativo, fraterno, sustentável, contribuindo para mudança da realidade enfrentada por adolescentes e jovens cearenses em situação de risco e vulnerabilidade social, com indicadores alarmantes decorrentes de baixo nível de escolaridade, drogadição, desagregação familiar e aumento da violência nas comunidades.

Nossa proposta educacional foi constituída enquanto uma resposta às necessidades sociais emergenciais de qualificação profissional e empregabilidade, mas sobretudo, uma visão inovadora e ousada de formar uma geração com propósitos alicerçados na construção da sociedade fraterna, vivenciando um mundo com educação de qualidade, emprego, renda, consciência inclusiva, social, ambiental e cultura de paz.

Um sonho para ser grande precisa ser sonhado com vários corações, pulsando amor. Nessa caminhada, sonhei com Jesus três vezes e em todas ele pedia: “ame os jovens”, repetia sempre, “estarei sempre contigo”. Sem uma explicação lógica do mundo material, Jesus coloca em mim, no meu imo, um amor indescritível pelos jovens, uma coragem inexplicável para lutar por essa causa.

Eu havia traçado um plano profissional e pessoal com todas as metas e projetos profissionais bem definidos, voltados para atuar como executiva de RH, mas tudo foi rapidamente ressignificado na minha vida, tomando outros rumos. Me vi com o propósito sublime de seguir a causa do IEP, a causa dos jovens. Foram muitos desafios, muitas dificuldades, mas Eduardo e Eugênio foram fundamentais. Eles assumiram o primeiro ano de custeio fixo do projeto, cederam o prédio, assumiram a manutenção e organização do então espaço cedido para o IEP, que era a antiga fábrica de sucos da Família Figueiredo. Dois irmãos, corações tomados de amor e compaixão, deixaram nesse momento de pensar em si, em suas necessidades empresariais, para serem impactantes socialmente e economicamente na vida de tantos adolescentes e jovens.

Só quem passou por aqueles dias vai entender essas palavras. Foi como se um mar de amor tomasse conta dessa cidade chamada Pacajus e, meu Deus, a ajuda chegava de muitas partes e outros corações abnegados e devotados ao bem, como os amigos da empresa Tetra Pak, DCDN , Secretaria de Educação do Estado, dentre outros voluntários, uniram suas mãos, sua vontade, na concretização do IEP, que começou como Instituto de Educação Jandaia, mas que logo passou a ser chamado de Instituto de Educação Portal – IEP, pelo entendimento que uma obra dessa natureza não pertencia a alguém ou empresa específica, mas de toda a sociedade.

Em 2008, fizemos a cerimônia de inauguração, o primeiro Fórum IEP de Sustentabilidade, em como iniciamos a primeira turma com 100 alunos. A cerimônia de inauguração deu-se com a presença de mais de 700 pessoas, entre autoridades, inclusive, o então governador do Estado, Cid Gomes, educadores, voluntários, empresas, jovens e equipe do IEP. Foi um dia marcado em nossas existências, coroado de uma Fraternidade que tomava conta de todos os corações que ali desfrutaram de tão inebriante manhã.

Com treze anos de IEP, vejo o amadurecimento da prática educacional inovadora que o instituto fomentou, com vários reconhecimentos, como podemos citar: os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, Unesco, Fundação Banco do Brasil e Fundação Itaú. Transcendemos para além de qualificar profissionalmente e inserir no mercado de trabalho. Formamos adolescentes e jovens com autorresponsabilidade, visão social, ambiental, espiritual, capazes de ir além de suas necessidades individuais e entenderem a sociedade como um coletivo, onde a grande missão é de cuidarmos uns dos outros, sermos a família fraterna tão desejada na doutrina de amor do nosso Guia e modelo, Jesus Cristo.

Além dos fundadores, muitos que passaram pelo IEP contribuíram. Várias mãos alicerçaram essa obra, onde podemos destacar os amigos da DCDN e Tetra Pak; a Secretária de Educação, Izolda Cela; o voluntário Egídio Guerra; a pedagoga Larissa; a grande líder devotada às causas do IEP e atual diretora acadêmica, Susiane Freitas; Márcio Moreira, que iniciou como voluntário e tornou-se um grande lutador e defensor da causa, hoje diretor executivo; a gestora Flávia Soares, que colocou todo seu amor na execução da Tecnologia Social Espaços Mundos, desenvolvida pelo IEP desde a fundação. Menção especial a toda equipe IEP, bem como aos educadores devotados à arte de ensinar e aprender, fomentando a educação com amor e por amor.

Ao longo desse tempo, não impactamos apenas os educandos, mas sobretudo colaboradores, parceiros, voluntários e comunidades foram migrando de velhos paradigmas para entenderem e absorverem a grande missão do IEP, que consiste em implantar uma cultura de sociedade coletiva, fraterna, contribuindo para a construção de uma cultura socialmente responsável, com consciência ambiental, desenvolvimento espiritual, voltados para à pacificação e ética nas relações.

O IEP é uma proposta de educação integral que mobiliza muitas vidas. Todos que adentram esse portal percebem que são levados para uma nova forma de pensar e agir. Nós, os colaboradores do IEP, somos os mais beneficiados pela onda de virtudes que absorvemos, após termos o privilégio de vivermos O IEP e de sermos IEP, uma metamorfose se constitui no âmago.

Por meio da nossa prática educacional, promovemos o desenvolvimento de adolescentes, jovens, colaboradores, empresas, comunidades, uma alternativa concreta à redução da violência, reestabelecimento dos vínculos familiares e fomento de transformações por meio de uma metodologia de ensino integral e sustentável, concebida através das Tecnologias Sociais Espaços Mundos e Educação Integral, desenvolvidas pelo IEP desde a fundação, certificadas pela Fundação Banco do Brasil.

Nossos resultados são vistos a partir de depoimentos de colaboradores, parceiros e educandos atendidos, como também pelas certificações recebidas, como apresentamos a seguir: Em 2010, fomos agraciados pela Fundação Itaú Social com o Prêmio FIES, na Categoria Educação para o Trabalho. Em 2011, fomos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o Prêmio ONU/Assembleia do Ceará. Em 2013, fomos reconhecidos pela Fundação Banco do Brasil como Tecnologia Social por meio da Metodologia Espaços Mundos. Também em 2013, iniciamos parcerias junto à Petrobrás e Infraero. Já em 2014, o IEP foi contemplado com o Prêmio ODM, 5ª edição, entregue como homenagem e reconhecimento ao trabalho desenvolvido com os jovens. Em 2017, fomos reconhecidos pela Fundação Banco do Brasil como Tecnologia Social com: Educação Profissional com Foco na Sustentabilidade. Em 2018, fomos premiados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, por meio do Projeto Ressignificando a Trajetória de Adolescentes e Jovens com Deficiência através da Educação e do Trabalho. Também em 2018, tivemos a imensa alegria de sermos premiados na 1ª Edição do Prêmio ODS Brasil, em reconhecimento às instituições replicadoras dos Objetivos de Desenvolvimento Sustantável, da ONU. Com alegria, o IEP tem somado reconhecimentos municipais, estaduais, federais e internacionais pela excelência na execução da Socioaprendizagem.

Ser IEP é, acima de tudo, absorver e aplicar virtudes, ampliando a consciência de sociedade, praticando as competências de igualdade, fraternidade, comunhão, ética, Fé, respeito às diferenças, altruísmo, solidariedade, consciência social e ambiental, espiritualidade, seguindo Aquele que é o farol e Guia das nossas existências, o grande líder, o Mestre Jesus. Que a onda verde do IEP possa tomar conta do nosso Brasil, para sermos uma Pátria dignificada por valores humanos, pela verdadeira fraternidade.

13/12/2019.
Monica Rabelo
Vice-Presidente
Admiradora do IEP
Defensora das causas dos jovens
Serva de Jesus.